Vitamina D deficiente e risco de Diabetes
Estudo mostra que redução dos níveis de vitamina D estão associados a novos casos de diabetes na população geral
RESULTADOS
Diversos estudos nos últimos 20 anos vem tentando demonstrar a correlação entre baixa de vitamina D e doenças crônicas, bem como os impactos da reposição (e em que doses) ela seria realmente efetiva e poderia trazer benefícios para a população. Há estudos que indicam maior prevenção de diabetes tipo 1, esclerose múltipla e doenças cardio-metabólicas, quando da reposição de vitamina D com suplemento em grupos específicos de pacientes.
Um estudo interessante, em população australiana, envolveu o seguimento de 4164 adultos (média de idade 50 anos), sendo 58% de mulheres; por 5 anos de acompanhamento. Observou-se nesse período uma incidência de 12.7% (528) novos casos de síndrome metabólica, com ênfase em piora dos níveis de Triglicérides, Glicose (em jejum), resistência à insulina (que acarreta o aparecimento do diabetes futuramente), aumento de circunferência abdominal, especialmente quando a 25-OH-VD era menor que 18ng/dl (risco de 41% para aparecimento de síndrome metabólica).
Recente metanálise publicada em dez/12, também confirmou esses dados, sugerindo um maior risco de diabetes tipo 2 (DM2) em populações com baixos níveis de 25-OH-VD. Os dados do European Prospective Investigation into Cancer (EPIC)-Norfolk study mostraram uma relação inversa entre vitamina D e DM2 em uma análise conjugada de mais de 11 estudos sobre o tema.
RESUMO
Atualmente, definimos a “baixa de vitamina D” através de dosagens laboratoriais, comercialmente disponíveis na maioria dos laboratórios no Brasil, como níveis de 25-OH-VD abaixo de 30ng/ml (“insuficiência”) e < 20mg/dl (“deficiência”).
PROCURE SEU MÉDICO, e faça sua avaliação clínica e laboratorial adequada, para se definir as melhores estratégias de adequação dos níveis de vitamina D, que poderá auxiliar na prevenção das doenças crônicas, como osteoporose, fraturas e síndrome metabólica, mantendo uma boa qualidade de vida, através de alimentação e exercícios regulares.
A dieta adequada em cálcio e vitamina D, bem como exposição solar devem ser definidos juntamente ao seu médico.
The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 2012 Jun;97(6):1953-61.
Por: Frederico F. R. Maia.
Parece uma verdadeira epidemia: quem recentemente não ouviu falar que um conhecido aqui ou ali está com “deficiência de Vitamina D”? Que está “em reposição de Vitamina D”?
Pois é isso mesmo, verificamos hoje uma crescente “epidemia” de diagnósticos para deficiência de Vitamina D, que já parece afetar cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo mundo, especialmente em países mais frios e escuros (baixa exposição solar); o problema é crescente e chega a afetar mais da metade dos idosos europeus (variando de 40 a 100% dos casos), bem como das mulheres em tratamento para osteoporose.
No entanto, com os avanços do câncer de pele e seus riscos, a orientação dermatológica de menos exposição ao sol, com uso intenso e contínuo de protetores solares cada vez mais potentes, nos levou a cada vez mais a uma baixa exposição solar.
Podemos receber Vitamina D da dieta, do sol e de suplementos alimentares, quando muito bem indicado pelo médico. A vitamina D é sintetizada no organismo a partir da exposição da pele aos raios solares (raios UVB), que leva a produção de um precursor da vitamina (Vit.D3) a partir do 7-deidrocolesterol. No fígado, ocorre a conversão dessa pré-vitamina D3 em vitamina D efetiva (25-OH-VD, que é dosada nos laboratórios), que terá suas ações em diversos tecidos do organismos na sua forma ativa (1,25-OH-VD, formada nos rins).
A vitamina D atua diretamente nos músculos e ossos, fortalecimento e prevenção da osteoporose; além de atuar em áreas extra-esqueléticas: a maioria das células do organismo possui receptores para vitamina D, estando relacionadas ao aparecimento futuro e prevenção de doenças crônicas, como diabetes, síndrome metabólica e alguns tipos de câncer, uma vez que mama, próstata, cérebro, intestino, entre outros tecidos no organismos expressam receptores para ação da Vitamina D.
