Gravidez e Prolactina elevada – Impactos na Amamentação
Estudo mostra redução dos níveis do hormônio Prolactina em portadoras de Hiperprolactinemia após gravidez, sem interferência da amamentação
Os Prolactinomas, tumores da hipófise produtores de prolactina, representam os tumores mais comuns da hipófise, responsáveis por cerca de 40% desses casos. Estima-se que 1% das gestações sejam afetadas por adenomas produtores de prolactina (PRL), hormônio de importância fundamental no ciclo menstrual, fertilidade e amamentação.
Estudo recente veio responder algumas dúvidas frequentes nos consultórios de obstetrícia e endocrinologia, a respeito da segurança da medicação para controle dos níveis da PRL (cabergolina, CAB) durante a gestação e amamentação, além da evolução natural do prolactinoma durantes essas etapas da vida da mulher.
O grupo italiano da dra. Annamaria Colao, avaliou os dados de mulheres acima de 18 anos, com diagnóstico prévio de hiperprolactinemia por tumor hipofisário (cerca de 85% de microadenomas), entre 1997 e 2008, sendo que 143 gestações foram obtidas em 91 mulheres, com idade média de 30 anos. O tempo de tratamento prévio com CAB foi de cerca de 3,5 anos, com dose média de 0,5mg por semana. Foram comparados os dados de mulheres que amamentaram por menos de 2 vs. de 2 a 6 meses pós parto.
RESULTADOS
Os autores verificaram 9,1% de abortamento espontâneo, semelhante a taxa da população geral; e 88% de nascidos vivos. Não houve relato de má-formação fetal ou complicações no parto.
# cerca de 1/3 das pacientes tiveram quer reiniciar a CAB durante a gestação, por elevação significativa da prolactina
# não se verificou aumento do tumor na hipófise significativo durante a gravidez e/ou amamentação;
# 68% das pacientes permaneceram com níveis adequados de prolactina independente do tempo de lactação (< 2 meses ou de 2-6 meses).
# Não houve diferença nos níveis de prolactina após 3 meses do término da amamentação; bem como no seguimento de 5 anos (60 meses); em mulheres que amamentaram menos de 2 ou de 2 a 6 meses.
CONCLUSÕES
1. A suspensão da CAB, tratamento de eleição nos casos de prolactinomas, após 6 semanas de gestação confirmada, mostrou-se segura para mãe e para o feto;
2. Não houve aumento de complicações para o recém-nascido, bem como durante ou após o parto;
3. Gravidez está associada à normalização dos níveis de PRL em quase 70% das mulheres;
4. Amamentação é segura na gestante com hiperprolactinemia prévia, sem diferença nos níveis de PRL e tamanho do adenoma de hipófise quando por menos de 2 meses ou até 6 meses de lactação.
5. Amamentação não aumentou a recorrência de Hiperprolactinemia.
The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. 2013 vol. 98 no. 1 372-379
