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ESTATINAS E CÂNCER

Estudo mostra redução de mortalidade em portadores de câncer em uso de medicação para colesterol

Estatinas são drogas inibidoras da produção endógena do colesterol, sabidamente relacionadas com a redução do risco de infarto e morte por doença cerebrovascular (AVC), incluindo populações de alto risco como portadores de diabetes. Recentemente, pesquisadores dinamarqueses investigaram o impacto dessas drogas inibidoras do colesterol em uma outra população de alta mortalidade, que são os portadores de câncer em tratamento.

Diversos estudos já demonstraram o impacto das drogas inibidoras do colesterol (estatinas) na redução da proliferação celular e controle da apoptose (mecanismo de morte celular), envolvidos na maior parte dos diversos tipos de neoplasias. Os pesquisadores aventaram a hipótese de que o uso prévio de estatinas ao diagnóstico de câncer poderia reduzir a mortalidade geral nesse grupo de pacientes.

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Nielsen e colaboradores (1) avaliaram os dados de pacientes com diagnóstico de 27 diferentes tipos de câncer, entre 1995 e 2007, com idade acima de 40 anos, sendo que 18.721 indivíduos haviam usado estatinas antes do diagnóstico e 277.204 pacientes não tinham sido expostos à droga. A droga mais usada foi a sinvastatina (dose média de 30mg /dia) em 68% dos pacientes, e, a atorvastatina (14% dos casos); perfazendo 82% do total das prescrições de estatina nesse grupo dinamarquês, por um mínimo de 2 anos de uso.


Os autores observaram uma redução da mortalidade geral e por qualquer causa de cerca de 15% em relação aos não usuários de estatina antes do diagnóstico de câncer (Fig.1); resultados semelhantes à proteção cardiovascular obtida por essas drogas em pacientes de alto risco coronariano.
Fig.1:

Não houve uma relação direta com a dose e/ou tipo de estatina usada, o que reforça a tese da ação qualitativa da droga, na proteção do crescimento e morte celular em pacientes que vieram a ter câncer futuramente. 



No entanto, registre-se, dados de estudo ainda a ser publicado, pelo jornal The Lancet, reforça a tese de que em pacientes em uso de estatina para proteção cardiovascular, não foi observado redução de mortalidade ou mesmo incidência (número de casos) de câncer, relacionados ao uso de estatina (2). 


Portanto, o real impacto do uso e/ou associação das drogas inibidoras do colesterol frente a novos casos de câncer, bem como na redução adjuvante da mortalidade geral, ainda carece de maiores estudos e investigação para que tenhamos um maior sucesso na recuperação e qualidade de vida desses pacientes.



1) Sune F. Nielsen, Nordestgaard BG, Stig E. Bojesen. N Engl J Med 2012;367:1792-802.

2) Cholesterol Treatment Trialists' (CTT) Collaborators. The effects of lowering LDL cholesterol with statin therapy in people at low risk of vascular disease: meta-analysis of individual data from 27 randomised trials. Lancet 2012 May 16 (Epub ahead of print).​

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