A monitorização do diabetes tipo 1 (DM1) pela glicemia capilar (GC) em ponta de dedo fornece apenas dados intermitentes do controle metabólico, impedindo uma visão completa do perfil glicêmico do paciente (fig.). Com o sistema de monitorização contínua da glicose (CGMS) tem sido possível avaliar com exatidão as variações glicêmicas ao longo do dia, com intervenção terapêutica mais eficaz e redução da glico-hemoglobina (A1c). Estima-se que as mensurações constantes da glicose durante esse procedimento, em relação às medidas episódicas de glicemia capilar proporcionam melhor controle glicêmico em pacientes com diabetes, especialmente aqueles em uso de insulina.

 

O CGMS, também conhecido como “holter de glicose”, registra as variações da glicose ao longo do dia, a cada 5 min. (total de 288 medidas por dia!), que as glicemias capilares e hemoglobina glicada não identificam, como mostra a figura acima. Os dados são disponibilizados para o médico através de gráfico e tabelas, permitindo uma completa avaliação do perfil glicêmico naquele período. 



Diversos estudos internacionais têm demonstrado a eficácia desse método de monitoramento da glicose, com repercussões importantes sobre o perfil metabólico dos pacientes. Pioneiros na técnica, e sua aplicação, os primeiros estudos renderam ao nosso grupo o Prêmio Academia Brasileira de Pediatria (2005), com o trabalho: “Accuracy, utility and complications of continuous glucose monitoring system (CGMS) in pediatric patients with type 1 diabetes” publicado pelo J Pediatr (Rio J) 2005; 81: 293 – 7.; seguidos de publicação na importante revista internacional Diabetes Res Clin Pract 2007; 75 (1): 30-4 (já citada em mais de 20 outros trabalhos desde então).

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Com uso do sistema de CGMS, verificamos uma maior capacidade detecção de hipoglicemia silenciosa e hiperglicemia pós alimentar, além de excursões glicêmicas, com baixo índice de complicações e alta taxa de ajuste do tratamento, sendo mais uma importante ferramenta para monitoramento e controle metabólico de pacientes com DM1.

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O uso do CGMS deve ser definido por seu especialista, durante a consulta médica, pelo tempo que julgar necessário (recomendamos pelo menos 72h de uso do sensor) para uma avaliação mais concreta do seu perfil glicêmico, e poder ajustar o tratamento de maneira mais adequada. O equipamento encontra-se disponível em diversos laboratórios e clínicas em SP, devendo ser indicado e analisado pelo especialista em diabetes para seu maior aproveitamento.